sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vivemos na era da cleptocracia

O que é a cleptocracia?


Um estado governado por políticos e líderes gatunos é um estado “cleptocrata”. O termo “cleptocracia” é de origem grega e num conceito mais simples é toda uma região ou país governado e administrado de forma a beneficiar financeiramente somente os governantes, por meio de desvios de verba e lavagem de dinheiro.
Na prática, a nação deixa de pertencer  a governo de Estado de Direito, desrespeitando a constituição, as hierarquias de poderes e os direitos inerentes de cada cidadão. O poder passa a ser discricionário por parte de autoridades que tomaram o poder ou manipularam as eleições para se manterem no cargo.
O cargo de poder político passa a ser exercido como fonte de valor econômico, burlando as normas e enfraquecendo as  entidades fiscalizadoras. Na mão de governantes corruptos, o estado passa a ser usado como mecanismo de obtenção de renda, prejudicando as estruturas sociais e produtivas do país.
Há profunda utilização do sistema de cobrança de impostos, taxas e administração pública para o favorecimento da cleptocracia. A cleptocracia torna-se profunda em nações em que não uma identidade de cidadania e de protesto político na população. A cleptocracia é instaurada a partir da corrupção política.
Toda a riqueza do país e cobrança de impostos é direcionada, em grande parte, para um pequeno grupo que encabeça o exercício do poder. A riqueza é desviada por meio de programa, leis , projetos e obras miraculosas , acima do sentido e necessidade real de determinado pais.
As principais consequências são recessão econômica, perda dos direitos civis e aprofundamentos das disparidades sociais. Segundo as teorias sociológicas, todo o estado tende a se tornar cleptocrata, por estar diretamento envolvido com o capital social da sociedade.
Segundo o biólogo norte-americano, Jared Diamond, há quatro maneiras do cleptocrata se manter no poder:
  1. Desarmando o povo e se cercando de compassas ;
  2. Destinando ao povo pequenos benefícios para iludi-lo e manter sua popularidade;
  3. Utilizando o monopólio das armas e da guerra para a repressão;
  4. Lançando uma ideologia política ou religião para justificar a instauração da cleptocracia.
Toda corrupção política enfraquece as estruturas de uma sociedade e descuida dos reais problemas que um país enfrenta. A cleptocracia gera um clima de oportunismo e de esperteza entre as pessoas.
A Guiné Equatorial é o mais recente caso de cleptocracia surgido nos últimos anos. O país produz mais de 1 bilhão de barris de petróleo ao ano, possui uma renda de 28 mil dólares por habitante (média acima de países como Brasil, Israel e Coreia do Sul), por outro lado, do total da população, 39 % das crianças morrem com menos de 5 anos, 44% não têm acesso à água potável.
O maior contraste está nas aquisições milionárias de apartamentos, mansões e carros de luxo adquiridos pela família do ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que  acumulou mais de 700 milhões de dólares entre os anos de 1998 e 2004.

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